Em 1985, o estudante Hermes Leal procurou a reitoria da Universidade Federal de Goiás pedindo apoio para imprimir uma revista de cinema, um projeto experimental de jornalismo, mas com um conteúdo que debatesse o cinema em Goiás e em todo o país. Pela primeira vez, a universidade apoiava um projeto deste porte, garantindo a impressão de seus dois primeiros números, em uma época que não existia no Brasil uma revista independente dedicada ao cinema brasileiro. Nascia a CISCO, uma publicação irreverente, propondo, ainda dentro da universidade em Goiás, discutir o que se fazia de cinema no Brasil. O sucesso foi imediato, chamando atenção de cineastas do Rio e São Paulo.
No feriado do dia primeiro de janeiro de 1987, a CISCO era lançada em São Paulo, marcando a sua chegada na cidade, com direito a um coquetel na famosa livraria Belas Artes, na Avenida Paulista. A publicação durou três anos apenas, mas deixou sua marca. A revista foi um laboratório para uma geração de bons jornalistas, como Lourival Santana, um jornalista com mais de 30 anos de coberturas internacionais para os principais veículos do Brasil, como “O Estado de São Paulo” e a BBC de Londres, a e as professoras universitárias Liliane Macedo e Lisbeth Oliveira.
Nos primeiros meses de 2000, Hermes Leal lançava a Revista de CINEMA, independente, uma publicação impressa em uma época em que o papel não era negócio de futuro, mas se tornou, imediatamente, um norte para o novo cinema que estava nascendo no Brasil. A Petrobras acampou o projeto de publicação, que, ao fazer um ano de existência, juntou mais de 400 convidados de todas as áreas da cultura brasileira, em uma festa no Maksoud Plaza, em São Paulo. Em seguida, o Ministério da Cultura promoveu sua manutenção por quase uma década e a Spcine, por dois anos, em 2015 e 2016.
A Revista de CINEMA se tornou o principal veículo de comunicação e divulgação do cinema brasileiro, consolidando-se como peça estratégica no mercado audiovisual do país. Acompanhou a diversidade cultural do cinema brasileiro como nenhum outro veículo de comunicação, mostrando a produção audiovisual de todas as regiões do país. É através da Revista de CINEMA que o mercado audiovisual acompanha o seu desenvolvimento, com dados e informações sobre a produção nacional, com entrevistas com diretores, cineastas, produtores e atores, sendo a única revista que dá voz a estes profissionais e jovens estrelas. Além de críticas dos filmes, a revista também faz amplas reportagens especiais, abordando um aspecto do mercado de cinema que nenhuma outra publicação faz, por isso consolidou sua marca como uma revista de conteúdo valioso, e uma das publicações de cultura mais importantes do Brasil.